Grupo estuda qual contraproposta vai apresentar à nova direção artística
Vinte e oito dos 33 músicos demitidos da Orquestra Sinfônica Brasileira se reuniram hoje por três horas e decidiram avaliar com calma a proposta feita pela nova direção artística da orquestra, em vez de rejeitá-la de imediato, como parecia ser a tendência desde que a ouviram, há dois dias. "Estamos completamente dispostos a negociar, superabertos. Vamos estudar para oferecer uma contraproposta", disse há pouco Deborah Cheyne, presidente do Sindicato dos Músicos do Rio, onde a assembleia foi realizada.
"Vamos deliberar na segunda-feira. A primeira reação pode ter sido negativa, mas hoje todo mundo falou, num ambiente tranquilo. A gente quer entregar um documento que seja muito bem feito. Com o advento da nova direção artística, foi aberto esse canal de negociação", ponderou Luzer Machtyngier, representante dos demitidos. Segundo o documento divulgado pela Fundação OSB, elaborado pelos novos diretores artísticos, Fernando Bicudo e Pablo Castellar, e explicado por eles próprios aos músicos, os 33 poderão ser reintegrados imediatamente, "através de um novo corpo artístico que será criado pela Fundação, sem a regência do maestro Roberto Minczuk, sem a necessidade de avaliações de desempenho e mantendo o mesmo regimento interno e piso salarial originais". Consideradas por eles humilhantes, as avaliações, semelhantes às audições necessárias para o ingresso na OSB, causaram uma crise que se arrasta desde janeiro.
Esse segundo grupo, que tocaria música de câmara, não precisaria se dedicar somente à OSB, o que é exigido do grupo "principal"; por outro lado, ganharia o mesmo salário de antes - inferior aos novos vencimentos (entre R$ 9,4 mil e R$ 11 mil), a ser pago aos 21 músicos recém-aprovados nas últimas audições (doze estrangeiros e nove brasileiros) e também aos antigos que aceitaram passar pelas provas e que, assim, mantiveram os empregos. A eles iriam se juntar doze dos 33 - instrumentistas cujos postos permanecem vagos, a serem escolhidos pela direção.
Bicudo e Castellar substituem Minczuk no cargo que ele acumulava com o de regente titular. Durante as negociações, os músicos impuseram a demissão dele da OSB como condição para sua volta ao trabalho.
Fonte: Estadão - 28 de Julho de 2011

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