Páginas

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Trompete no Egito

Você sabia que na câmara mortuária do túmulo de Tutankhamon foram encontrados dois trompetes: um de prata e outro de cobre. O primeiro mede 58 centímetros de comprimento, seu pavilhão tem 8,8 centímetros de largura e a largura do tubo evolui de 1,7 centímetros perto do bocal para 2,6 centímetros junto ao pavilhão. É fabricado de prata martelada, com uma faixa decorativa de ouro ao redor da extremidade do pavilhão e com bocal de ouro puro. O tubo cônico e o pavilhão são feitos de duas peças separadas, soldadas com prata. Esses dois instrumentos não são os únicos trompetes encontrados por arqueólogos no Egito.

Existe pelo menos mais um, de proveniência desconhecida, feito de bronze, com 53 centímetros de comprimento e um pavilhão muito mais largo, com 16 centímetros de diâmetro, e datando, provavelmente, do período ptolomaico. No antigo Egito o trompete recebia o nome de sheneb e parece ter sido primordialmente um instrumento musical militar. Como tal é representado em cenas de batalhas e de paradas militares. São poucos os casos em que é mostrado o uso do trompete em cerimônias civis.

Em 1939 realizou-se no Cairo uma gravação do som do trompete de prata de Tutankhamon, com transmissão ao vivo pelo rádio. Como os rumores de guerra rondavam a Europa, houve quem se lembrasse da "maldição de Tutankhamon" e, por ser o trumpete um instrumento bélico, diziam que seu som iria "despertar os cães da guerra". Durante o primeiro ensaio o instrumento fez-se em pedaços. Depois que foi consertado, a gravação realizou-se com sucesso.

Uma queda de energia no Cairo quase impediu a transmissão, mas com o emprego de baterias e luz de velas a situação foi contornada. O locutor anunciou: "O trumpete do faraó Tutankhamon, senhor das duas coroas, rei do sul e do norte, filho de Rá!".

Foi então que se ouviu o que foi descrito como uma límpida voz prateada do glorioso passado do Egito... ecoando pelos quatro cantos da Terra.

A guerra estourou na Europa seis meses depois, mas Rex Keating, o homem que convenceu as autoridades egípcias a autorizarem o uso do trumpete, afirma: "Permaneço convencido de que foi um pequeno austríaco de bigode, não a ação fatídica da maldição de Tutankhamon."

A gravação hoje faz parte dos arquivos sonoros da BBC.

Nenhum comentário:

Postar um comentário