Plantão Publicada em 25/07/2008 às 09h41mO Globo Online
RIO - O livro "As melhores entrevistas da revista 'Rolling Stone'" será lançado no Brasil em agosto com os depoimentos de 40 grandes estrelas da música, da política e do cinema. Incluindo o histórico depoimento de John Lennon ao editor Jan Wenner, em que o ex-Beatle derrama amargor sobre o fim do grupo, dispara contra Paul McCartney e declara o fim do sonho utópico de mudar o mundo acalentado por sua geração.
A "Rolling Stone" nasceu como um jornal de cultura undeground na São Francisco psicodélica de 1967 e se tornou uma revista com cobertura cultural ampla e assuntos políticos, como a recente capa dedicada ao candidato presidencial americano Barack Obama. Entre as entrevistas do livro estão a de Mick Jagger sobre a concepção de grandes sucessos dos Rolling Stones, a de Bono sobre seu conturbado relacionamento com o pai e a do diretor Francis Ford Coppola sobre a loucura que o acometeu quando rodou "Apocalypse now".
Outros entrevistados são o líder do Who Pete Townshend, o escritor Truman Capote, o diretor George Lucas, o ator Jack Nicholson, o vocalista do Guns'n'Roses Axl Rose, o líder do Nirvana Kurt Cobain e o ex-presidente Bill Clinton.
A seguir algumas citações das entrevistas:
John Lennon - "Estamos todos um pouco livres e tudo o mais mas é o mesmo jogo de sempre. Que droga! Eles continuam a fazer as mesmas coisas, vendendo armas para a África do Sul, matando os negros na rua. As pessoas vivendo nessa droga de pobreza com os ratos sobre elas. Isso me faz vomitar e eu acordo sobre o vômito. O sonho acabou. É tudo a mesma coisa, com exceção de que estou com 30 anos e tenho cabelo mais longo. É isso que é cara, nada aconteceu a não ser o fato de termos crescido e termos feito o que fizemos - exatamente como falavam para a gente."
Ray Charles - " Eu adoro olhar o sol. É ruim para os meus olhos, mas eu gosto. Costumava adorar olhar a lua à noite. Eu saía para o quintal e ficava observando-a. Aquilo me fascinava pra caramba. E outra coisa que me fascinava muito, mas assustava a maioria das pessoas, era a luz. Quando eu era moleque, achava muito bonito. Qualquer coisa brilhante, qualquer brilho. Eu, provavelmente, devo ter sido um piromaníaco, ou qualquer coisa assim. E havia as cores. Eu era louco pelo vermelho. Sempre achei uma cor linda. Eu me lembro das cores básicas. Não sei nada a respeito de licores coloridos - não sei que diabo é isso".
Kurt Cobain - "Oh, sim. John Lennon era definitivamente meu Beatle favorito. Não sei quem escreveu quais partes das canções, mas Paul McCartney me deixa constrangido. Lennon obviamente era perturbado (risos). E eu me identificava com isso".
Patti Smith - "Algumas vezes eu conseguia abrir para outras bandas. Os New York Dolls tocavam com três ou quatro bandas que você nunca tinha ouvido falar, e eu tinha que abrir a noite inteira. Ninguém queria me ver. Eu não tinha microfone. Eu apenas gritava minha poesia. E os caras falavam: "Vai arrumar um emprego! Vai lavar panelas!".
Keith Richards - "Mick precisa impor as coisas. Quer controlar. Para mim, a vida é como um animal selvagem. Você espera conseguir controlá-la quando ela pula em cima de você. Essa é a grande diferença entre nós dois. Ele simplesmente não consegue ir dormir sem escrever o que precisa fazer quando acordar. Eu só espero conseguir acordar, e não é nenhum desastre".
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Confissões de grandes nomes do rock, cinema e política são reunidos em livro pela revista 'Rolling Stone'
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