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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Encontrado (?) o crânio de Mozart

Por Aristides A. J. Makowich

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1701), o grande “Gênio de Salzburg”faleceu na madrugada de 5 de dezembro de 1791, e logo a notícia de seu passamento se espalhou por Viena. Seu discípulo Süssmayer permaneceu velando o cadáver sendo tirado um molde do rosto do falecido que, infelizmente, se perdeu mais tarde. Um amigo de Mozart, o Barão de van Swieten, recomendou à viúva Constanze, que gastasse o mínimo possível com o enterro, e se despediu. A 6 de dezembro, o modesto caixão foi levado por dois homens à Igreja de Santo Estêvão: lá juntaram-se ao cortejo Albrechstberger ( que fora professor de Beethoven), Lange, o empresário Schikaneder, van Swieten e...Antonio Salieri, o injustiçado rival de Mozart. O caixão foi deixado na capela mortuária e, no dia seguinte 7 de dezembro, foi enterrado em vala comum, como acontecia com indigentes ! Habitualmente é conhecido o fato de que no dia do enterro havia forte nevasca e por isso o ato só teria acontecido no dia 7, e que Constanze Mozart, a esposa, ao procurar a sepultura no dia seguinte, ninguém soube lhe informar o local da mesma...

Alguns fatos a esclarecer

Há algumas considerações a propósito desses fatos que vale ã pena analisar: Em primeiro lugar, Constanze Mozart somente em 1808 é que visitou o cemitério para colocar uma cruz sobre a suposta campa de Wolfgang Amadeus, mas então, 17 anos após sua morte, seguramente vestígios da respectiva sepultura não mais existiriam. Triste sina para um compositor inigualável que fora Mozart! Ainda, segundo Stanley Sadie, em seu livro sobre o compositor, os costumes vienenses da época realmente dispensavam o acompanhamento ao cemitério e o relato de uma tempestade de neve seria falso: como já referimos acima, o dia estava calmo e a temperatura amena...

Crânio duvidoso

Outro fato interessante relatado há alguns anos por determinada revista, que um crânio existente no Museu de Salzburg e que fora oferecido àquela instituição em 1842,seria de Mozart. Ora , isto ocorreu 51 anos após a morte de Mozart e segundo soubemos de fonte fidedigna, não existiria a mais leve razão para acatá-lo como sendo autêntico. Isto por que o artigo da referida revista, afirma que a identificação fora feita comparando a arcada dentária do dito crânio com pinturas de Mozart...

Não nos consta que já naquela época se faziam relatórios de arcadas dentárias como nos tempos atuais e cremos, ser muito difícil , mesmo com os recursos de informática disponíveis, fazer uma comparação a partir de representações pictóricas do compositor, aliás, não nos lembramos de nenhuma em que Mozart esteja sorrindo... Assim existem outras tantas histórias relacionadas com a vida de Mozart, poucas delas merecendo crédito desvirtuando os fatos reais e servindo apenas para desnortear os menos informados...

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