- Amigo do rei do rock desde antes da fama, Jerry Schilling lembra histórias com o cantor nos 31 anos de sua morte.
- Fonte: Jornal do Brasil-
Reportagem: Monique Cardoso
Livro - "Eu e Um Cara Chamado Elvis"
- "Era um domingo de sol, eu tinha ido jogar futebol (americano) com uns garotos da vizinhança. Percebi que um deles era o cara que havia lançado um disco na rádio duas noites antes.Mesmo morando no mesmo bairro, em Memphis, eu não o conhecia. - "Ele era um sujeito diferente. Ainda não era famoso, mas já parecia um daqueles caras de filmes americanos que os meninos da minha idade admiravam, como James Dean ou Marlon Brando". Assim começou a amizade de 23 anos entre o produtor americano Jerry Schilling e o astro do rock, Elvis Presley, na época um garoto pobre do Tennessee que demonstrava ter pinta de estrela.- "Elvis simplesmente era o cara que todos os garotos mais novos queriam ser" - diz Schilling, lembrando histórias com o rei do rock, que há exatas três décadas foi encontrado morto, aos 42 anos, no banheiro da mítica mansão de Graceland, em Memphis.No ano passado, Schilling lançou o livro: "Me and a guy named Elvis" - sobre sua convivência com o cantor e ainda sem data de publicação no Brasil. Era um dos mais novos integrantes da Máfia de Memphis, um séquito de amigos de Presley que atuavam ao seu lado, formal ou informalmente, como guarda-costas, "roadies", secretários e conselheiros. Tornou-se figura importante no mundo da música nos EUA. Tinha 12 anos quando conheceu Elvis, que tinha 19. Dez anos depois daquele jogo de futebol, passou a trabalhar com o famoso cantor.- "Não nos tornamos melhores amigos de uma hora para outra. Ele estava ficando muito popular, todos queriam jogar com ele. Mas Elvis sabia que eu era um dos poucos que não se aproximaram por causa da fama".Diferentemente de títulos já publicados sobre o ídolo do rock - até mesmo por integrantes da Máfia - Schilling preferiu não explorar o mito da celebridade que curtia festas 24 horas por dia, rodeado de mulheres, dinheiro e drogas. Conta que desde a morte de Elvis, tenta preservar a imagem que formou sobre o ser humano, que, entre outras coisas, lhe deu uma casa de presente.- "Quando alguém ganha essa popularidade, é claro que muda, às vezes para pior. Mas ele permaneceu o mesmo. Esta é a razão por eu ter trabalhado para ele e termos continuado próximos".Relatos de outros amigos íntimos do cantor na época, como Sonny West, Joe Sposito e George Klein, dão conta de que Schilling de fato era um dos poucos que podiam dizer o que pensava a Elvis, que gostava de ser bajulado.- "Para mim, ele era um cara doce que morava ali pertinho. Era muito inteligente, conhecia a natureza humana".Talvez por causa desta abertura, os amigos não chegavam a brigar, por exemplo, quando se interessavam pela mesma garota.- "Uma vez quando estávamos fazendo um filme na Califórnia, conheci uma menina no "set" e marcamos um encontro. Voltei para casa e um dos caras me perguntou se eu estava maluco de ficar com a garota do Elvis. Eu disse que tinha acabado de conhecê-la, e eles riram, dizendo: "Quem você acha que ele pegou no último filme ??" Foi estranho, mas Elvis me disse: "Isso acontece".Apesar do sucesso dos filmes, Schilling diz que uma das principais frustrações do ator-cantor foi nunca ter conseguido atuar em produções sérias. Os personagens só refletiam o estereótipo em torno dele.- "Elvis comprou Graceland quando tinha apenas 21 anos, frequentou todas as festas. Eu fazia parte daquela família. Desde que o conheci tive uma vida maravilhosa. Tuda era incrível, os filmes, era diversão o tempo todo. Mas a vida não é feita somente de festas. Telmo Jr.
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