Ricardo Schott, JB Online
RIO - Modelo para quase todo programa de auditório que honre tal título, o Ed Sullivan show cumpriu a dupla tarefa de dar espaço a nascentes atrações do pop e a manter acesa a cultura do show de variedades. Incluía, entre as atrações, trechos de óperas e peças de teatro, balés e comediantes. Exibido de 1948 a 1971, bateu recordes de audiência em várias ocasiões. Entre entre setembro de 1956 e janeiro de 1957, Elvis Presley – então no auge da primeira fase de sua carreira, antes de ingressar no Exército – foi a atração principal de três programas acondicionados no DVD triplo Elvis – The Ed Sullivan shows. A primeira apresentação, em 9 de setembro de 1956, despertou a atenção de 72 milhões de telespectadores, cifra inacreditável para a época. E não reflete em nada a tensão na qual foi agendada.
Tal história é contada por testemunhas privilegiadas, como o produtor do programa, Mario Lewis, nos extras no primeiro DVD. Para não chocar a sociedade americana pós-guerra – e cujo conservadorismo chocava-se com o estilo lascivo da dança de Elvis – algumas providências foram tomadas por Sullivan na primeira aparição do cantor. Dividindo a noite com números de acrobacia, sapateado, comédia (a cargo de um grupo de jazz chamado The Vagabonds) e com anúncios rudimentares, Elvis (ainda jovial, empunhando um violão e distante da caricatura rotunda que marcaria seu fim de vida) não subiu ao palco do programa. Foi capturado em Hollywood, onde diretores o esperavam para filmá-lo apenas da cintura para cima.
Nem Sullivan, reconhecidamente durão com seus convidados, sabia ainda como lidar com o cantor de Don't be cruel. Duas semanas antes de apresentar o artista que lhe tirava o sono, o apresentador sofreu um acidente de automóvel e foi afastado da atração por cinco semanas – cabendo ao ator e dramaturgo Charles Laughton apresentar Elvis. Daí para a frente a diversão fica por conta do carisma do cantor, que todos podem ver no DVD. E do charme de canções clássicas como Love me tender (lançada no programa, como tema do filme homônimo), Ready Teddy e Hound dog, executadas ao vivo.
Nos outros DVDs, Elvis já é, sem dúvida, a estrela consagrada. Surge sem demoras para cantar Don't be cruel no segundo programa e abrindo diretamente com um medley de Hound dog, Love me tender e Heartbreaker Hotel no terceiro disco. Elvis – The Ed Sullivan shows, além dos programas na íntegra, ainda tem filmes caseiros de shows do cantor e imagens de família, tornando o set valioso para os fãs do astro, ainda que tenham que dividi-lo com as demais atrações. Para os estudiosos da televisão é um grande documento de uma época em que a mídia engatinhava.
18:44 - 26/01/2009
http://jbonline. terra.com. br/nextra/ 2009/01/26/ e260125025. asp
RIO - Modelo para quase todo programa de auditório que honre tal título, o Ed Sullivan show cumpriu a dupla tarefa de dar espaço a nascentes atrações do pop e a manter acesa a cultura do show de variedades. Incluía, entre as atrações, trechos de óperas e peças de teatro, balés e comediantes. Exibido de 1948 a 1971, bateu recordes de audiência em várias ocasiões. Entre entre setembro de 1956 e janeiro de 1957, Elvis Presley – então no auge da primeira fase de sua carreira, antes de ingressar no Exército – foi a atração principal de três programas acondicionados no DVD triplo Elvis – The Ed Sullivan shows. A primeira apresentação, em 9 de setembro de 1956, despertou a atenção de 72 milhões de telespectadores, cifra inacreditável para a época. E não reflete em nada a tensão na qual foi agendada.
Tal história é contada por testemunhas privilegiadas, como o produtor do programa, Mario Lewis, nos extras no primeiro DVD. Para não chocar a sociedade americana pós-guerra – e cujo conservadorismo chocava-se com o estilo lascivo da dança de Elvis – algumas providências foram tomadas por Sullivan na primeira aparição do cantor. Dividindo a noite com números de acrobacia, sapateado, comédia (a cargo de um grupo de jazz chamado The Vagabonds) e com anúncios rudimentares, Elvis (ainda jovial, empunhando um violão e distante da caricatura rotunda que marcaria seu fim de vida) não subiu ao palco do programa. Foi capturado em Hollywood, onde diretores o esperavam para filmá-lo apenas da cintura para cima.
Nem Sullivan, reconhecidamente durão com seus convidados, sabia ainda como lidar com o cantor de Don't be cruel. Duas semanas antes de apresentar o artista que lhe tirava o sono, o apresentador sofreu um acidente de automóvel e foi afastado da atração por cinco semanas – cabendo ao ator e dramaturgo Charles Laughton apresentar Elvis. Daí para a frente a diversão fica por conta do carisma do cantor, que todos podem ver no DVD. E do charme de canções clássicas como Love me tender (lançada no programa, como tema do filme homônimo), Ready Teddy e Hound dog, executadas ao vivo.
Nos outros DVDs, Elvis já é, sem dúvida, a estrela consagrada. Surge sem demoras para cantar Don't be cruel no segundo programa e abrindo diretamente com um medley de Hound dog, Love me tender e Heartbreaker Hotel no terceiro disco. Elvis – The Ed Sullivan shows, além dos programas na íntegra, ainda tem filmes caseiros de shows do cantor e imagens de família, tornando o set valioso para os fãs do astro, ainda que tenham que dividi-lo com as demais atrações. Para os estudiosos da televisão é um grande documento de uma época em que a mídia engatinhava.
18:44 - 26/01/2009
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