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sábado, 4 de abril de 2009

Biógrafo de Elvis diz que sua vida só fazia sentido cantando

quarta-feira, 15 de agosto de 2007, 18:57 - 5Trabalho quer "desmistificar o mito" e sublinhar a revolução musical detonada pelo gênio do rock

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Elvis Presley

SEVILHA, Espanha - Para Elvis Presley "a vida só tinha sentido cantando para seu público", segundo disse nesta quarta-feira, 15, véspera dos 30 anos da morte do 'rei do rock', o jornalista espanhol Javier Márquez, autor da nova biografia do cantor, Elvis. Coração Solitário. Este novo olhar sobre a vida da lenda musical e social que foi Elvis pretende "desmistificar o mito" e sublinhar a revolução musical detonada por este gênio do rock, morto de um ataque do coração em 16 de agosto de 1977, disse Márquez em uma entrevista à Efe. "Sua morte foi um choque e muitos custaram a aceitá-la. Nos Estados Unidos Elvis foi visto em todos os lugares desde 1977, mas se estivesse vivo hoje saberíamos, pois não poderia viver no anonimato; Elvis não poderia viver 30 anos sem cantar para seus fãs", disse Márquez. Com sua biografia, Márquez disse que tentou "deixar de lado os lugares comuns e se aprofundar em sua personalidade, em sua historia, em seus sentimentos, e em como tudo isso influenciou seu trabalho". "Elvis foi muito importante para várias gerações de americanos, que se identificavam plenamente com ele, o consideravam um patrimônio nacional", disse o jornalista, que decidiu escrever a biografia quando se deu conta de que não havia nenhuma completa disponível em espanhol. Márquez lembrou as palavras de John Lennon, que disse que "antes de Elvis não havia nada", porque "antes dele tivemos Little Richard e outros roqueiros, mas nenhum teve sua popularidade nem sua repercussão".

Blues e Country

"O grande trunfo de Elvis foi combinar o rhythm&blues negro e o country branco", afirmou. Deste modo, "os jovens brancos, acostumados a sons mais suaves, descobriram uma música torrencial, contagiosa, que animava um baile muito sensual, carregado de erotismo", acrescentou. Isso rendeu a Elvis "a condenação dos pais da América e se converteu no primeiro artista a fazer da música popular, do rock'n'roll, esse sinônimo de rebeldia, de oposição ao estabelecido" . Márquez insistiu em que Elvis foi muito mais que o "réu do rock", porque foi também "um vocalista impecável que dançava com brilhantismo, e cuja melhor fase vai de 1968 até o show via satélite do Havaí, em 1973, quando começa a cantar canções com mensagens sociais abordando problemas novos à época, como o divórcio", disse. "Os mesmos adolescentes que dançavam e se rebelavam contra seus pais nos anos 50, ao ritmo de Elvis sofreram depois o drama da ruptura familiar e Elvis, que viveu isso, abordou o tema em numerosas canções". O problema de Elvis com as drogas, constatou Márquez, começou no serviço militar, quando um superior lhe deu comprimidos para permanecer acordado durante as vigílias. "A partir daí, o cantor inicia um consumo cada vez maior, primeiro por causa de sua persistente insônia e depois, por sua crise conjugal", disse Márquez. No entanto, Elvia "nunca se considerou um drogado e não permitia que aqueles que o rodeavam sequer fumassem maconha".

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