Terça-feira, 17 de julho de 2007, 00:00 - A música transborda dos clubes. Se acabe em um (ou em todos) - Quando você caminhar por Memphis, será contagiado pelo inexplicável. Pode ser a vista cenográfica à beira do Rio Mississippi. Ou a rica herança musical que toca na rua mais famosa da cidade, a Beale Street. Não importa. Você vai sentir vontade de dançar, cantar, sorrir, como nos filmes. Porque na casa do blues e do soul - e no local de nascimento do rock''''n''' 'roll - ninguém fica parado. A música que criou a identidade cultural de Memphis não fez distinção entre raças na sociedade escravagista do sul dos Estados Unidos - o ativista negro Martin Luther King foi assassinado lá, em 1968. Ela soou primeiro nos campos de algodão do Delta do Rio Mississippi, onde escravos passavam o dia trabalhando - e cantando canções gospel e country. Depois, migrou para clubes e ruas de Memphis, em especial, a Beale. Desde que imigrantes de vários países se estabeleceram na cidade, a partir de 1800, casas, escritórios, teatros, clubes, cassinos, prostíbulos e igrejas foram surgindo ao longo da Beale Street. Mas foi no século 20 que a rua chegou ao seu auge. A Beale era um centro financeiro e comercial para os negros - alguns brancos, como Elvis Presley, costumavam aparecer durante a semana. Em meio a essa efervescência cultural, surge um novo ritmo, o blues. E lendas como William Christofer Handy, considerado o ''''pai do blues'''', e Riley Ben King, apelidado Beale Street Blues Boy, ou B.B. King, como preferir. Na década de 60, a Beale Street entrou para o Registro Nacional de Lugares Históricos. Em 1977, foi declarada pelo Congresso a ''''Casa do Blues''''. E em 1983 passou por uma revitalização. Hoje, a atmosfera está preservada em mais de 25 nightclubs, restaurantes, lojas e museus que contam a história musical da região. O blues toca na rua e nos clubes da Beale Street, como no BB King''''s Blues Club, um dos mais tradicionais. O turista pode escolher em qual entrar - ou conhecer vários na mesma noite. Pode, também, ficar andando pela rua, curtindo o som que transborda das casas. Eventualmente, palcos são montados nas calçadas para shows ao vivo. Para os empresários John Lellys, de 53 anos, e Steven Jr., de 51, que visitavam Memphis pela primeira vez em março, esse clima musical contagia. ''''Vou embora com a sensação de ''''quero mais'''''''' , comenta Lellys. Quem nasceu em Memphis, como Seletha Martin, de 41 anos, também aproveita a noite na Beale Street. ''''É um prazer fazer parte dessa cidade histórica.''' ' Entre os restaurantes, o EP Delta Kitchen é o mais sofisticado. Foi aberto em novembro de 2006 e serve pratos com frutos do mar, além de sanduíches, claro. Tem música ao vivo todas as noites. ''''Durante a Elvis Week (em agosto), haverá apresentações de covers de Elvis'''', adianta o gerente, Curt Simmons. O calendário de eventos e o menu estão no site. Lembranças da viagem o turista pode comprar nas lojinhas de souvenir ao longo da rua. Tem chaveiros, baquetas, roupas, estátuas dos cantores de blues, CDs, tudo. Os artigos com a cara do Elvis, como uma bolsa de US$ 30, fazem mais sucesso. Veja a lista de atrações da Beale Street no site. ESTADO DE SÃO PAULO.
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