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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Mensagem de Lisa Marie Presley sobre a Morte de Michael Jackson

O artigo que se segue é retirado do blog de Lisa Marie no MySpace e foi escrito hoje, dia 27 de Junho de 2009 (eu traduzi agora mesmo para vos enviar). Lisa Marie, que foi casada com Michael Jackson durante 20 meses depois do casamento de ambos em 2004, escreveu o que se segue, intitulado “He Knew” (Ele Sabia), um dia depois da morte do cantor. Algumas das palavras de Lisa Marie poderiam ser as minhas palavras, pois também já expressei em várias ocasiões que, realmente, o destino de cada um é na sua maior parte traçado pela própria pessoa. E é muito difícil ajudar alguém que está no caminho da auto-destruiçã o se essa pessoa não aceitar a ajuda que os outros à sua volta lhe querem dar. Quando alguém bate no fundo do poço e consegue de lá sair, foi porque essa pessoa se colocou em primeiro lugar e quis ajudar-se a sair de lá, aceitando as ajudas à sua volta. Mas, no final de contas, seja lá qual for o objectivo que uma pessoa possa alcançar para largar um vício ou um problema, o mérito, é dela. E agora, as palavras de Lisa Marie:

Há anos atrás o Michael e eu estávamos a ter uma profunda conversa sobre a vida em geral. Não me recordo exactamente de qual era o tema da conversa, mas talvez ele me estivesse a questionar sobre as circunstâncias que rodearam a Morte do meu Pai. A dado momento ele parou, olhou para mim intensamente e disse com uma certeza quase calma, “Temo que eu vá acabar exactamente com ele, da forma que ele morreu.”

Tentei imediatamente fazê-lo mudar de ideias, ao que a dada altura, ele encolheu os ombros e acenou quase como que para me fazer saber que sabia o que sabia e era assim mesmo.

14 anos mais tarde, estou aqui sentada a ver nas notícias uma ambulância a sair do caminho de acesso da sua casa, através dos grandes portões, as multidões lá fora, os órgãos de comunicação social, as multidões no hospital, a Causa da Morte e o que pode ter levado a ela e esta conversa que tivemos veio-me imediatamente à cabeça, bem como as lágrimas imparáveis.

Um final previsto por ele, por entes queridos e por mim, mas o que não previ foi como me ia doer quando finalmente acontecesse.

A pessoa que eu não fui capaz de ajudar está agora a ser transferida para o instituto de medicina legal de LA para que lhe façam uma Autópsia. Toda a indiferença e desligamento que tentei com tanto esforço alcançar ao longo dos anos fez-me agora descer ao Inferno e sinto-me destroçada.

Agora vou dizer o que nunca disse antes porque quero que a verdade se saiba de uma vez por todas.

O nosso relacionamento não foi “uma farsa”, como se disse na imprensa. Foi um relacionamento invulgar, sim, em que duas pessoas invulgares que não vivem ou conhecem uma “Vida Normal” encontraram um elo de ligação, talvez com alguma desconfiança em relação ao timing da parte dele. Mesmo assim, acredito que ele me amou mesmo, tanto quanto poderia amar alguém e eu também o amei muito. Quis “salvá-lo”, quis salvá-lo do inevitável, que foi exactamente o que aconteceu.

A sua família e entes queridos também queriam salvá-lo disto, mas não sabiam como e isto acontecia já há 14 anos. Todos nós nos preocupávamos que este iria ser o resultado final.

Naquele tempo, ao tentar salvá-lo, perdi-me a mim mesma.

Ele era uma força e um poder incrivelmente dinâmicos que não se devem subestimar. Quando ele os usava para algo bom, era o melhor, e quando os usava para algo mau, era realmente, MESMO MUITO mau.

A mediocridade não era um conceito que poderia entrar nem durante um segundo na forma de ser e nos actos do Michael.

Fiquei muito doente e esgotada do ponto de vista emocional e espiritual na minha busca em tentar salvá-lo de um comportamento certo de auto-destruiçã o e dos horríveis vampiros e sanguessugas que ele sempre lá conseguia atrair à sua volta.

Fiquei louca enquanto tentei fazê-lo.

Eu tinha os meus filhos com quem me preocupar, tinha de tomar uma decisão.

Foi a decisão mais difícil que tive de tomar, que foi afastar-me e deixar que o destino dele fosse ao seu encontro, apesar de o amar desesperadamente e de tentar, de algum modo, reverter esse destino.

Depois do Divórcio, passei alguns anos obcecada e só a pensar nele e o que poderia ter eu feito de forma diferente, arrependida.

Depois passei alguns anos a sentir-me bem zangada com toda a situação.

A dado momento, fiquei realmente indiferente, até agora.

Enquanto estou aqui sentada, esmagada com tristeza, pensamentos e confusão em torno daquilo que considero o meu maior falhanço até agora, a ver as notícias quase passo a passo, revivo o Exacto Cenário do que aconteceu no dia 16 de Agosto de 1977. Está tudo a acontecer outra vez agora com o Michael (algo que eu não queria voltar a ver outra vez), tal como ele tinha previsto, sinto-me, muito e verdadeiramente como que esventrada.

Qualquer experiência ou palavras menos boas que tenha tido ou dito sobre ele no passado morreram agora dentro de mim, com a morte dele.

Ele era uma pessoa espantosa e sinto-me afortunada por ter estado assim tão perto dele e por ter tido tantas experiências e os anos que tivemos juntos.

Espero desesperadamente que agora ele se consiga sentir aliviado de todo o sofrimento, pressões e confusão. Ele merece libertar-se de tudo isso e espero que ele esteja num lugar melhor ou que vá para um lugar melhor. Também espero que qualquer pessoa que se sinta como se tivesse falhado a tentar ajudá-lo se liberte dessa sensação, pois com toda a certeza, ele agora está melhor.

O Mundo está em choque, mas de algum modo ele sabia exactamente como o seu destino iria ser representado um dia, muito mais do que qualquer outra pessoa. E ele estava certo.

Precisava mesmo de dizer isto agora, muito obrigada por me lerem e me ouvirem.

LMP

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