Outras profissões, como as da área da Medicina ou do Direito, por exemplo, já trilharam esse longo caminho da regulamentação de classe e hoje estão entre as atividades mais organizadas com relação à remuneração e à concorrência ao emprego. Nesses casos, sem um diploma ou uma prova de ordem regulamentada, torna-se ilegal exercer a profissão, e isso garante a devida valorização do estudo acadêmico. Esse processo toma dimensões completamente diferentes na Ordem dos Músicos do Brasil – órgão voltado mais para não diplomados em universidades do que para bacharéis ou licenciados em Música. Não encontrando na OMB a solução para esses problemas, a alternativa é discutir a implementação de um órgão específico, seja associação, ordem ou sindicato.
O diploma universitário é documento desnecessário em grande parte das contratações. No momento em que a música volta às escolas, procura-se melhor qualificação no ensino superior, e também no momento em que precisamos de transparência e justificativas de gastos públicos é sensato que se discuta a profissão do regente e se valorize o estudo acadêmico com uma legislação adequada e cuidadosa em seus detalhes.
De uma forma prática, em primeira instância, seria necessário somente regulamentar os empregos mantidos com dinheiro público e também os postos de cunho educacional, pela obviedade dos motivos. Como consequência desse ainda “hipotético” processo, haverá grande incentivo aos que já atuam na profissão e que ainda não tenham um estudo específico e acadêmico, para que voltem ou comecem a estudar para qualificar ainda mais suas capacidades e conhecimentos. Como referido, há espaço para todos e é possível, numa mesma classe trabalhadora, atuarem amadores e profissionais, graduados e não graduados, basta se estabelecerem as diretrizes. De qualquer modo, quer-se garantir uma valorização do estudo acadêmico, por pequena que seja, em recompensa aos investimentos feitos pelos alunos, pelos professores e pelo governo federal.
Marcio Buzatto
Bacharel em Regência pela UFRGS
http://www.ufrgs.br/comunicacaosocial/jornaldauniversidade/pagina2.htm

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