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domingo, 7 de março de 2010

Ringo Starr fala sobre o The Beatles Rock Band

Ringo Starr lança o disco "Y Not" mas continua sendo celebrado por causa dos Beatles. Desta vez, por novos fãs, os viciados no Rock Band do quarteto de Liverpool

Gary Graff, The NYTimes Syndicate

Foi algo inédito para um cara que ficou famoso ao lado de três dos mais importantes autores da história da música pop — os companheiros de Beatles George Harrison, John Lennon e Paul McCartney. Mas Ringo Starr começou a fazer seu mais recente disco, “Y Not,” sem música nenhuma na gaveta. “Foi o disco mais maluco que já fiz na vida”, diz o músico de 69 anos, que nasceu Richard Starkey Jr, em Liverpool, na Inglaterra, e se juntou ao Beatles em 1962, como baterista. Comecei a fazer este disco em casa, em Los Angeles. Tenho o Pro Tools e alguns sintetizadores em um dos quartos que virou estúdio, e comecei a misturar coisas. Queria seguir um novo caminho. Estava me divertindo e vendo o que acontecia. Adoraria dizer que comecei este disco com um grande plano, mas não foi assim.”
Foi desta maneira, sem planos e sem nada na gaveta, que Ringo Starr produziu um dos discos mais bem recebidos de sua carreira solo: “Y Not” estreou na posição 58 da parada Billboard, a melhor dele desde os anos 70.

Ele acredita que, na verdade, isso aconteceu graças a uma forcinha de alguns amigos. Quando suas ideias musicais começaram a se formar, ele recrutou uma turma que incluiu Ben Harper, Van Dyke Parks, Joss Stone, Joe Walsh, Don Was, Richard Marx, Billy Squier, Edgar Winter e Gary Wright. O ex-colega de Beatles Paul McCartney tocou baixo em “Peace Dream” e colaborou nos vocais de “Walk with You”. Algumas das músicas ainda contaram com uma dose de sorte, como “Who’s Your Daddy,” gravada com Joss Stone. “Não tínhamos letra, melodia, nada”, diz Ringo. “Mas o refrão com as palavras ‘who's your daddy?’ não me saía da cabeça. Então parei e pensei: ‘quem pode cantar isso?’ Queria uma garota que parecesse estar gritando com um namorado. Aí Joss veio me visitar e, por coincidência, ela tinha brigado com o namorado. A música saiu naturalmente.”

A canção mais sentimental do disco é “The Other Side of Liverpool”, um olhar sobre a própria infância de Ringo, que cresceu num ambiente “frio e depressivo”, com uma mãe que precisou trabalhar como bartender depois que seus pais se separaram, quando ele tinha 3 anos. O baterista diz que a canção é um complemento da ensolarada faixa-título de “Liverpool 8” (2008), e que não será a última vez que ele mergulha em seu próprio passado. “Quero ter sempre uma minibiografia em cada CD que eu lançar daqui para a frente, uma música que fale sobre a minha vida”, diz. “Nas músicas a gente consegue condensar e eternizar certos momentos.”
Ringo, aliás, passou 2009 mergulhado em seu passado, graças a uma série de projetos ligados aos Beatles. Primeiro veio o Rock Band, videogame relacionado à música da banda, depois o relançamento de todo o catálogo remasterizado. “O grande prazer foi que fizemos essas músicas há muito tempo, mas elas continuam atuais. As crianças escutam o nosso som como se ele fosse novo e gostam. Trabalhamos muito duro para fazer cada um daqueles discos, e eles não ficaram velhos.”

O músico conta que teve uma dose extra de satisfação quando ouviu as remasterizações. “Para mim, como baterista da banda, é uma delícia ouvir sons que antes a gente mal conseguia ouvir”, conta. “Eles estão muito mais claro, graças à tecnologia que se tem hoje. É fascinante. Me lembro de quando fizemos a mixagem 5.1 de ‘Yellow Submarine’ (1968) anos atrás. Paul e eu paramos para ouvir a nova versão e parecíamos duas crianças. ‘Quem colocou esse som aí?’, um perguntava. ‘Quem está tocando esse instrumento?’ , dizia o outro. Porque, finalmente, conseguíamos ouvir todos os detalhes.”

Ringo, que também participou da formulação do Rock Band, confessa que não brinca com o videogame com tanta frequência: “Minhas habilidades no Rock Band são péssimas”, ele conta, rindo. “A informação aparece muito rápido na tela da TV. Mas adoro os gráficos todos. O mais legal é que o meu filho (o baterista Zak Starkey), que tem três filhos, me liga às vezes e diz ‘o Sonny é que é o Ringo hoje aqui em casa’. Até os menorzinhos tocam, e são melhores do que eu.

http://www.diariosp .com.br/Noticias /Dia-a-dia/ 1623/Ringo+ Starr+fala+ sobre+o+Rock+ Band+do+Beatles

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