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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Uma nova geração descobre a música de Elvis Presley

Mais importante que os souvenirs, produtos e comemorações é a música de Elvis Presley que foi ofuscada por aspectos mais peculiares do fenômeno gerado desde a sua morte. Antes de morrer, em 1977, Elvis vendeu 250 milhões de discos em todo o mundo. Imediatamente após a sua morte, as lojas de disco em todo o país venderam rapidamente todos os discos de Elvis. As fábricas de impressão da RCA funcionavam 24 horas por dia para dar conta dos novos pedidos de discos de Elvis que começaram a surgir. Por um tempo, a empresa precisou contratar outras empresas para atender à demanda. Até setembro, a RCA ainda não tinha conseguido cumprir todos os pedidos. Os escritórios e as fábricas da RCA fora dos EUA estavam na mesma situação. Trabalhavam dia e noite. Uma fábrica em Hamburgo, Alemanha Ocidental, produziu somente discos de Elvis para tentar dar conta dos pedidos. Até outubro, as vendas nos EUA foram tão altas que vários discos de Elvis estavam de volta às paradas.


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The Complete 50s Masters mostra a fase mais inovadora da carreira de Elvis

A RCA continuou a lançar os discos de Elvis em uma média de dois ou três por ano. Como na época em que estava vivo, alguns dos discos foram bem recebidos e outros foram criticados por sua baixa qualidade. A estratégia de marketing por trás dos álbuns variava de acordo com a qualidade deles. Alguns álbuns, como Guitar Man, tentaram tirar vantagem de técnicas contemporâneas de gravação para melhorar o som de Elvis. Outros discos, como He Walks Beside Me -- Favorite Songs of Faith and Inspiration, tinham materiais lançados anteriormente guardados para outra época. Outros álbuns ainda pareciam ser o resultado da busca da RCA pelas relíquias de qualquer gravação da voz de Elvis. Elvis: - Greatest Hits Vol. 4, por exemplo, tinha trechos lançados anteriormente além do material inédito "ao vivo" de Las Vegas, Hawaii e Nashville. Em 1983, um produtor musical da RCA encontrou fitas e livros guardados em Graceland, alguns deles com apresentações ao vivo inéditas e conversas de bastidores com Elvis. Dois anos mais tarde, a RCA lançou muito desse material musical em uma caixa com seis discos celebrando o 50º aniversário de Elvis. A RCA tem sido criticada pelos puristas por modificar as gravações do seu artista mais famoso. Durante anos, a empresa lançou vários discos de Elvis com material antigo para o público mais jovem. I Was the One usa instrumentos modernos que foram sobrepostos para acompanhar os vocais. Outros álbuns com gravações originais em mono com estéreo regravado; os historiadores do Rock 'n roll reclamam de qualquer tentativa de melhora ou limpeza; as primeiras gravações de Elvis não mostram a sua contribuição à música popular; pelo contrário, acaba distorcendo. Uma nova abordagem de marketing e o lançamento da música de Elvis começou depois que a RCA foi vendida em 1986 ao grupo alemão Bertlesmann Music Group (BMG). Dois anos mais tarde, a BMG criou um comitê internacional de restauração para pesquisar e restaurar o catálogo de gravações de Elvis. Representantes dos EUA, Inglaterra, Alemanha, Dinamarca e Ásia formaram o comitê, que era responsável pela alta qualidade de coletâneas subseqüentes da música de Elvis. O comitê da BMG também pesquisou os números reais de venda dos discos que Elvis vendeu. A Associação das Indústrias de Gravação dos EUA [Recording Industry Association of America (RIAA)] é a organização oficial para quem as empresas reportam as vendas e solicitam os discos de ouro e platina para os artistas. Porém, a RIAA não existia antes de 1958, três anos depois de Elvis já ter vendido milhões de discos. Embora a RCA tenha dado a Elvis vários discos de ouro internamente por seus hits anteriores a 1958, eles nunca pediram um certificado retroativo desses discos a RIAA. A RCA também raramente solicitava certificação extra quando os discos de Elvis ganhavam disco de ouro ou platina mais de uma vez. O comitê da BMG usou os arquivos do Coronel Tom Parker para fazer uma pesquisa apurada de quantos discos Elvis vendeu e quais mereciam disco de ouro, platina ou multiplatina. Depois de fazer essa pesquisa, eles calcularam que Elvis vendeu mais de um bilhão de discos em todo o mundo. Em agosto de 1992, o comitê atualizou os dados dos discos e compactos de Elvis. Como resultado, ele ganhou mais 110 discos de ouro, platina e multiplatina da RIAA - a maior premiação de discos de ouro e platina da história. Entre as melhores produções recentes da BMG-RCA está Masters Series, que representa os esforços de Ernst Jorgensen' e Roger Semon em não lançar apenas as músicas comerciais de Elvis, mas também aquelas históricas. O trabalho deles percorreu um longo caminho até se focar nos seus triunfos musicais em vez da tragédias da sua vida pessoal ou dos aspectos bizarros da era pós-morte.


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The Essential 70s Masters capta o Elvis Presley daquela década - dramático, chamativo, maior que a vida

Lançado entre 1992 e 1995, a série tem Elvis: The King of Rock 'n' Roll - The Complete 50s Masters, Elvis: From Nashville to Memphis - The Complete 60s Masters I, e Elvis: Walk a Mile in My Shoes - The Complete 70s Masters. Juntas, essas três caixas de CDs são um documento de áudio fiel da música de Elvis do começo ao fim. As faixas foram remasterizadas digitalmente a partir das gravações antigas da Sun e da RCA, mas mantiveram a integridade do original. As trocas de vocal e as brincadeiras entre Elvis e os músicos capturam a camaradagem e a espontaneidade das sessões. Como arquivo musical, as Masters Series também incluem os créditos e os créditos de duração completo da sessão feitos pelos historiadores musicais Peter Guralnick e Dave Marsh. Separadas, cada caixa sugere algo da carreira de Elvis que explica uma percepção comum. Ao acompanhar a evolução da obra de Elvis de 1954 a 1958, The Complete 50s Masters houve prova de que Elvis não roubou o som dos artistas negros de rhythm-and-blues. Ao contrário, as faixas revelam uma mistura de influências que formaram um som comercial que levou ainda mais próximo ao estilo. The Complete 60s Masters mostra que Elvis não abandonou totalmente suas raízes de country, gospel e rhythm-and-blues depois de alcançar o estilo pop - uma acusação muito comum feita pelos críticos musicais. Esse estilo pop suave das trilhas sonoras dos filmes realmente dominaram a época, mas as suas gravações em ritmo de blues Reconsider Baby e Such a Night e sua obra gospel no final da década são declarações da sua herança sulista. The Complete 70s Masters revela que Elvis não foi preguiçoso e não descansou nos louros depois de voltar aos palcos. Um tratamento mais conciso da carreira de Elvis pode ser encontrado em Elvis Presley Platinum: A Life in Music, que mostra a evolução do seu estilo em uma caixa com quatro CDs. Platinum tem 100 faixas, 77 delas inéditas. O material inédito consiste praticamente de tomadas alternativas de clássicos de Elvis ou execuções de várias canções. Porém, também inclui a mais nova demo de 1954, uma descoberta de Elvis cantando I'll Never Stand in Your Way. Este tipo de de tratamento cronológico da sua música força os ouvintes a reavaliar a familiaridade e descobrir um contexto para o material inédito. Ao fazer isso, houve uma nova luz sobre a música de Elvis e uma apreciação completa do impacto na sua carreira. Isso vale não só para os jovens, os ouvintes de rock 'n roll e para os críticos de Elvis, mas também para os seus fãs que permanecem fiéis. durante os anos negros de poucos relançamentos. A lealdade dos fãs é a chave do fenômeno Elvis. A sua morte deixou um enorme vazio que os fãs preencheram com convenções, rituais, fã-clubes e outras atividades. Essa intensa devoção resultou em uma combinação complexa de circunstâncias, começando com o início da carreira de Elvis no circuito country. Os fãs da música country estão entre os mais leais da música popular. Muita gente que adora a música country continua fiel a um determinado intérprete durante décadas e eles geralmente influenciam seus filhos a virarem fãs também. A maioria dos fãs devotos de Elvis se interessaram quando ele lembrava muito um cantor country, e eles permaneceram fiéis até depois de Elvis ser uma estrela nacional do rock 'n roll. Elvis sempre tentava dar aos seus fãs o que ele gostaria de ver e ouvir. Nos anos 50, o seu público vinha ver o seu estilo notório de apresentação, esperando que em cada apresentação ele melhorasse. Elvis conseguiu levar o seu público a uma experiência incompreendida por aqueles que não eram seus fãs. Nos anos 60, os fãs pagavam para ver os filmes musicais de Elvis. No anos 70, o público esperava que Elvis cantasse determinadas canções, vestisse seu macacão (sua marca registrada) e fizesse poses específicas - padrão de suas apresentações que ele manteve até sua morte. Elvis, o Coronel e os membros da família de Elvis sempre trataram os fãs com a maior consideração dos primeiros dias de seu sucesso até o final, quando Vernon Presley permitiu que os fãs levassem flores ao funeral do seu filho. Elvis acreditava que o seu sucesso dependia dos seus fãs e ele sempre agradecia a fidelidade e amor deles. Quando era jovem, ele permitia o acesso a sua vida pessoal de uma maneira que nenhum outro artista imaginaria fazer. Antes de se mudar para Graceland, os fãs sempre estavam em volta da casa da família. Em Graceland, os fãs geralmente se juntavam no portão e Elvis vinha a cavalo até eles para dar autógrafos. Vester, tio de Elvis, era um dos guardas do portão e ele, às vezes, ficava lá e conversava com os fãs durante horas. Não importa a dificuldade que os fãs causaram na vida de Elvis forçando-o a viver em reclusão, ele nunca reclamou publicamente e sempre tinha coisas legais para falar à imprensa sobre os seus fãs. O Coronel Tom Parker dava prêmios e ofertas especiais aos fã-clubes e doava objetos pessoais de Elvis para serem leiloados para instituições de caridade. Uma vez, Elvis deu um carro ao presidente de um de seus fã-clubes. Quando ele estava em turnê durante os anos 50, Elvis dava entrevista para jornalistas de jornais universitários e para fã-clubes e também para os repórteres que trabalhavam em grandes veículos. Embora Elvis tenha acumulado grande fortuna e sucesso durante sua vida, ele nunca esqueceu que era um menino sulista e seu início pobre. Ele escolhe não morar de vez em Hollywood, preferiu ficar em Memphis, onde ele frequentava os comércios locais e contribuía generosamente com as instituições de caridade locais. Elvis nunca perdeu completamente seu sotaque sulista e ele sempre preferiu a comida simples e a companhia de seus velhos e bons amigos. Apesar do dinheiro, da posição e do poder, ele nunca agiu como se fosse melhor que seus fãs. Para os fãs, isso significava que Elvis sempre foi um deles. "Aposto que você vai dizer que Elvis era o que nós gostaríamos de ser. Ele é um de nós - e ele ainda é nosso ideal", disse uma fã anônima, como se estivesse falando em nome de todos os fãs. Os fãs de Elvis Presley sempre foram muito devotos, e muitos deles passaram essa qualidade a outras gerações como um legado. Os fãs de Elvis são testemunhas reais de seu talento e impacto sobre todos nós.

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