Páginas

domingo, 10 de outubro de 2010

Montagem da Flauta Mágica transforma a Pinacoteca do Estado em palco para música e encenação

Jovens talentos da Tom Jobim – Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP) participam da produção dias 14, 16 e 17 de outubro

Uma história fascinante, repleta de simbolismo e elementos mágicos, contada por meio de uma composição envolvente. Assim é A Flauta Mágica, última ópera de Wolfgang Amadeus Mozart com libreto de Emanuel Schikanaeder que o Ópera Estúdio, da Tom Jobim – Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP), encena dias 14 (quinta-feira, às 20h), 16 e 17 (sábado e domingo, às 16h) de outubro, na Pinacoteca do Estado. A produção é resultado de um ano de trabalho do professor Mauro Wrona com os alunos do Ópera Estúdio, curso regular do ciclo avançado da Tom Jobim EMESP – escola do Governo de São Paulo gerida em parceria com a Organização Social Santa Marcelina Cultura.

“Nos inspiramos em projetos de Ópera Estúdio semelhantes aos do La Scala (Milão), Munique e Viena para dar espaço aos novos nomes da cena lírica brasileira. Temos poucas óperas em execução e, por outro lado, um grande público interessado”, explica Mauro Wrona, diretor cênico e coordenador do projeto que chega à sua sexta edição. Nos anos anteriores, o Ópera Estúdio encenou Cosi Fan Tutte, de Mozart (2005), Albert Herring, de Benjamin Britten (2006), Orphée aux Enfers, de Jacques Offenbach (2007), com adaptação em português de Francisco Correa Vasques, Viva La Mamma, de Gaetano Donizetti (2008), e Le Domino Noir, de Daniel Auber (2009).

Escrita originalmente em dois atos, A Flauta Mágica será apresentada no formato pocket opera. A montagem conta com figurino, elementos cênicos, maquiagem e toda a caracterização dos personagens. Acompanhada por piano e focalizando os momentos principais do enredo, as cenas são unidas pela narração, que dá continuidade e uma visão global da obra.

Uma nova “versão” para A Flauta Mágica

Aproximar o público dos intérpretes e desmistificar a ópera é uma das ideias do projeto da Tom Jobim EMESP. Por isso, neste ano, o lugar escolhido não poderia ser mais apropriado: a Pinacoteca do Estado. Mais especificamente, o primeiro pátio interno, onde existe uma ponte e a escultura A Musa Impassível, do artista Victor Brecheret (1894–1955). “A ideia é que o público se posicione em volta, formando uma espécie de arena retangular. A atuação será dirigida para todos os lados”, explica Wrona.

Outra novidade diz respeito ao fato de, nesta versão, a montagem ser resultado de uma criação coletiva. Além disso, dois pianistas e 16 cantores se revezam nas apresentações. Mas a maior inovação fica por conta da adaptação de alguns personagens e do período em que se desenrola a história. “Decidimos que a ação se passará nos anos 1950. Papageno, o homem pássaro, um dos personagens principais, por exemplo, será o Zé Carioca, personagem da Disney que representa o Brasil. Em vez de uma flauta de Pã, ele terá um pandeiro. As três damas de companhia da Rainha da Noite serão, na verdade, crooners de radio, e assim por diante”, conta o professor.

Sobre a escolha do formato pocket opera, Mauro Wrona acredita ser muito adequado para o Brasil. “A duração é de, aproximadamente, uma hora e o público sai conhecendo e entendendo todo o enredo, o que é interessante, pois acaba despertando a vontade de assistir à ópera na integra”, diz.

Tom Jobim – Escola de Música do Estado de São Paulo

Com mais de 20 anos de atuação no ensino musical, a Tom Jobim – Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP) oferece formação tanto erudita como popular, estruturada com foco no ensino do instrumento e nas práticas coletivas (música de câmara e prática de conjunto), complementados por disciplinas de apoio. A Tom Jobim EMESP proporciona desde a pré-formação até a formação avançada e a preparação para profissionalização. Além da formação continuada e progressiva, a Escola também oferece cursos livres, palestras, master classes e concertos. A Tom Jobim EMESP é responsável pela gestão dos Grupos Jovens – Orquestra Jovem do Estado, Banda Sinfônica Jovem do Estado, Coral Jovem do Estado e Orquestra Jovem Tom Jobim –, que oferecem bolsas para alunos em fase de pré-profissionalização. Em 2010, a Escola estreou seu grupo residente de professores, a Camerata Aberta, dedicada ao repertório contemporâneo e ao ensino de técnicas instrumentais avançadas. A Tom Jobim EMESP é uma escola do Governo de São Paulo gerida em parceria com a Santa Marcelina Cultura, Organização Social ligada à Secretaria de Estado da Cultura.

Ópera Estúdio

O Ópera Estúdio é um curso regular do ciclo avançado da Tom Jobim EMESP, com duração de dois anos, e oferece formação completa aos alunos, inclusive aulas de técnica corporal para cantores líricos e aulas de teatro. O trabalho realizado pelo professor Mauro Wrona com os alunos de canto lírico resulta na montagem de um espetáculo, do qual participam também cantores e músicos convidados. O curso já encenou as seguintes óperas: Cosi Fan Tutte, de W. A. Mozart, Albert Herring, de B. Britten, Orphée aux Enfers, de J. Offenbach, Viva La Mamma, de G. Donizetti e Le Domino Noir, de D. Auber. Este ano a Tom Jobim EMESP estabeleceu uma parceria com a Pinacoteca do Estado para apresentar A Flauta Mágica.

Mauro Wrona

Paulistano, Mauro Wrona atuou durante trinta anos como cantor lírico (tenor) no Brasil e na Europa, onde permaneceu durante vinte anos. De volta ao Brasil em 1997, iniciou intensa atividade na direção cênica de óperas, destacando-se nas produções das séries “Ópera do Meio-Dia” no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (2000-01) e no Thetro São Pedro de São Paulo (2004-07). Formado em regência pela Faculdade Santa Marcelina, regeu a serie “Ópera Café” no Centro de Cultura Judaica, a Orquestra L’ estro Armonico e a Orquestra Jovem da Escola Municipal de Música de São Paulo. É coordenador do Ópera Estúdio da Tom Jobim EMESP, com a qual dirigiu seis espetáculos operísticos no Theatro São Pedro. É diretor cênico residente da Cia. Brasileira de Ópera, dirigida pelo maestro John Neschling.

Ficha Técnica
Wolfgang Amadesu Mozart - música
Emanuel Schikanaeder- libreto

Cantores
Pamina:
Larissa Lima (14 e 17/10) / Roseane Soares (16/10)

Tamino:
Caio Duran (dias 14 e 16/10) / Daniel Umbelino (dia 17/10)

Papageno:
Tiago Bezerra (14 e17/10)/ Andre Angenendt (16/10)

Papagena:
Roseane Soares (14 e 17/10) / Monique Corado (16/10)

Rainha da Noite:
Laryssa Alvarazzi (14 e 17/10) / Nadja Sousa (16/10)

Sarastro:
Diego Toniato

Primeira Dama:
Ludmila Carvalho (14/10)/ Milena Tarasiuk (16 e 17/10)

Segunda Dama:
Josy Santos (14/10) / Priscila Olegário (16 e 17/10)

Terceira Dama:
Luciana Pansa (14 e 17/10) / Fernanda Nagashima (16/10)

Monostatos:
Daniel Umbelino (14/10)/ Rodrigo Morales (16 e 17/10)

Direção e narração - Mauro Wrona
Figurinos - Elena Toscano
Iluminação - Lucas Gonçalves
Visagismo - Douglas Cruz
Adereços - Fernando Bretas
Piano - Anderson Brenner e Nancy Bueno

Serviço:
Dias: 14 (quinta-feira, às 20h), 16 e 17 (sábado e domingo, às 16h) de outubro
Local: Pinacoteca do Estado - Praça da Luz, 2, São Paulo, SP
Informações: (11) 3324-1000
Ingressos:
Dia 14 e 16 - Entrada Franca
Dia 17/10 (domingo) – R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia)
Duração da montagem: 70min
Acesso para deficientes físicos

Nenhum comentário: